O mercado de trabalho, sob um conceito geral, é como as pessoas têm acesso à renda. É um espaço social no qual acontece o fluxo de distribuição de riqueza e um espaço até um passado não muito distante dominado absolutamente pelos homens. Com a evolução da sociedade as mulheres através de lutas por direito e ressignificação da própria imagem social vêm cada vez mais quebrando (de maneira muito necessária) os limites impostos a elas por terceiros e borrando as linhas de significação entre os papéis trabalhistas.
No entanto, o desequilíbrio entre realidades de remuneração, plano de carreira e outras disparidades do contexto trabalhista das mulheres quando colocado frente ao dos homens, mesmo no séc. XXI, ainda é pauta. Isto é um indicativo de que elas seguem carregando um ônus histórico.
Dados do Educa IBGE em pesquisa de 2019* apontam que as mulheres representavam um montante maior do que os homens no quesito escolaridade superior, mas que seguiam apresentando percentual de remuneração aproximadamente 30 pontos menor. Um reflexo das questões demonstradas acima.
O papel desta nossa reflexão não é apontar dedos, muito menos pretender solucionar o debate ou tentar apresentar nenhuma solução miraculosa, afinal não é nem o nosso papel. De todo modo o que pretendemos ao nos debruçarmos sobre dados como estes é mostrar que procuramos sempre enxergar a realidade social que nos cerca afinal, além de nossa responsabilidade com o valor produtivo, acreditamos que também possuímos responsabilidade humana e social para com todos aqueles que compõem a família NordesteBoi, confiam em nosso trabalho e unem forças conosco.
Infelizmente nossos braços não chegam em todos os lugares, mas nos lugares que eles alcançam, procuramos sempre nos comprometer com a valorização equânime das nossas colaboradoras, com planos de carreira estruturados e definidos e com seu enriquecimento pessoal e profissional.
Atualmente nosso quadro administrativo e de gestão conta com uma representação significativa de mulheres, e dentre as diversas funções destacamos as atuações em posições estratégicas o que abarca atividades de gerência, supervisão, entre outras.
Muito desta visão e posicionamento se deve a termos na figura de Elanuza, que compõe nosso quadro diretor, uma referência de gestora não apenas atenta a todas estas questões, mas administrativamente diligente e um dos nomes de excelência em gestão com quem podemos contar.
Portanto, neste mês das mulheres, nosso desejo é que reflitamos como cada um de nós pode contribuir com a evolução deste assunto. Não cabe mais falarmos em “aceitação” da mulher no mercado de trabalho, devemos enxergá-las. Não é mais tempo de nos atrelarmos ao imaginário há muito defasado de que ela foi feita para ocupar esta ou aquela posição, porque já deveria ser ponto superado que o lugar da mulher é, de fato, onde ela quiser e se dedicar para chegar. Há muito já passamos da etapa em que ainda nos permitíamos ficar presos a rótulos de que a mulher é isto ou aquilo.
Ela apenas é.
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*Pesquisa IBGE Educa 2019. Mulheres brasileiras na educação e no trabalho.